A exemplo do que ocorreu no mesmo período do ano passado, o Movimento dos Sem-Terras (MST) promove nova jornada de ocupações de propriedades rurais tidas como devolutas e improdutivas pelo Movimento.
De acordo com comunicado expedido neste fim de semana, mais de mil trabalhadores rurais encontram-se mobilizados em pelo menos 14 fazendas localizadas em vários municípios do Pontal do Paranapanema.
O MST, mais uma vez conta com apoio de Sindicatos ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT), além de outros movimentos sociais de luta por reforma agrária, com o MAST, Terra Brasil e Uniterra. O grupo reivindica: Assentamento imediato das famílias acampadas; Regularização das áreas arrecadadas pelo Estado; Retirada do Projeto de lei que presenteia os grileiros de terras do Pontal; Instalação das Comissões de Seleção nos Municípios das áreas arrecadada e que as decisões sejam respeitadas pelo ITESP; Investir em assentamentos e na reforma agrária ao invés de obras de Presídio.
O comunicado explica em determinado trecho que as ocupações verificadas no ano passado tiveram a “a finalidade única de despertar o Governo de José Serra do seu marasmo, da sua apatia moral e de sua insensibilidade para com os milhares de trabalhadores acampados que vivem na miséria no Pontal. Nada foi feito para os trabalhadores. Fez para os fazendeiros. Pois, o Governador tucano insiste em privatizar 300 mil hectares de terras públicas para beneficiar 200 deles. Área que é suficiente para assentar 15 mil famílias de trabalhadores.”
Como num desabafo, os Movimentos afirmam que desistiram “de exigir honestidade de políticos como o Governador. Se não conseguem ser honestos que sejam justos, ao menos isto, para honra da nação brasileira. O assentamento de trabalhadores rurais no Pontal é uma questão de direito e de justiça.” E encerra a nota dizendo “Desculpe-nos o transtorno. Estamos trabalhando para o progresso da região”.
Segue abaixo a nota em sua integra:
-----------------------------------------------------
Nota à Imprensa
Levamos ao conhecimento do público em geral que estamos mobilizados com 1.000 trabalhadores rurais sem terra ocupando 14 fazendas, improdutivas ou devolutas, em vários municípios do Pontal do Paranapanema.
Nesta mesma época do ano, no Carnaval do ano passado, executamos ocupações pacíficas de terras com a finalidade única de despertar o Governo de José Serra do seu marasmo, da sua apatia moral e de sua insensibilidade para com os milhares de trabalhadores acampados que vivem na miséria no Pontal.
Nada foi feito para os trabalhadores.
Fez para os fazendeiros. Pois, o Governador tucano insiste em privatizar 300 mil hectares de terras públicas para beneficiar 200 deles. Área que é suficiente para assentar 15 mil famílias de trabalhadores.
Já desistimos de exigir honestidade de políticos como o Governador. Se não conseguem ser honestos que sejam justos, ao menos isto, para honra da nação brasileira.
O assentamento de trabalhadores rurais no Pontal é uma questão de direito e de justiça.
Já se encontra em poder do Governo do estado a arrecadação de 9 áreas, algumas já há 3 anos, e o cadastramento de 3.774 famílias aptas para serem assentadas.
Nada foi feito ou providenciado.
É evidente o desinteresse de José Serra com o projeto de assentamentos que tem como resultado a re-inclusão social e assim, atropela o direito e a justiça.
Pedimos terra, o governador apresenta-nos o projeto de privatização das terras do Pontal.
Pedimos para assentar as famílias em estado de miséria, o governador manda-nos a construção de Presídios e Febem.
Pedimos que use os recursos federais para assentar famílias, e o governador decide devolver aos cofres da União.
Pedimos que se faça justiça e sejam honestos com os trabalhadores, mas recebemos em troca a máfia das casinhas.
O estado de São Paulo termina em Bauru, diz o povo com sabedoria. Somos esquecidos pelo governo tucano assim como é a região de Iguape, com a qual formamos as duas regiões mais atrasadas do Estado.
Se o trabalhador rural quiser viver tem que se unir e lutar por seus direitos – é isto que o governador tucano José Serra quer nos dizer.
É isto que estamos fazendo com força e determinação até cumprir nossa tarefa.
Desejamos que o público em geral nos entenda e que culpe o dissabor ao Governador como na frase:
“Desculpe-nos o transtorno. Estamos trabalhando para o progresso da região”
EXIGIMOS:
1) Assentamento imediato das famílias acampadas;
2) Regularização das áreas arrecadadas pelo Estado;
3) Retirada do Projeto de lei que presenteia os grileiros de terras do Pontal;
4) Instalação das Comissões de Seleção nos Municípios das áreas arrecadada e que as decisões sejam respeitadas pelo ITESP;
5) Investir em assentamentos e na reforma agrária ao invés de obras de Presídio;
MST, CUT, MAST, TERRA BRASIL, UNITERRA, SINTRAF E SINDICATO DOS TRABALHANDORES RURAIS